Ler e escrever: Uma viagem por "mares nunca dantes navegados"...

                          

As primeiras experências com a leitura e a escrita marcam nossa vida.

          

 

           A leitura e a escrita, para mim, sempre foram uma viagem.     Assim como diz Mesquita:    “Fui criado muito sozinho, e os livros eram meus companheiros”. Minha experiência é parecida. Lembro-me de que minha mãe tinha alguns livros religiosos com passagens bíblicas que tinham imagens grandes e coloridas e eu os lia e relia. Guardo-os até hoje. Naquela época, os livros eram mais difíceis, meu acesso era restrito. Eu lia muito “gibi”, tinha um rapaz que morava próximo a minha casa que emprestava ou trocava os “gibis”; a coleção de álbuns de figurinhas que trocávamos as repetidas e íamos “quase” completando porque nem sempre era possível completá-los.

 

           Foi no “ginásio”, hoje Ensino Fundamental II, que consegui meu primeiro livro e que não me esqueço até hoje, inclusive guardo-o com carinho. Esse livro foi “Memórias de um cabo de vassoura”, de Orígenes Lessa, livrinho que conta a história de uma vassoura e sua amizade com um menino. Desde então, muitos livros passaram pelas minhas mãos e acredito que muitos ainda passarão mudando meu mundo, assim como diz Marilena Chauí: “O livro é um mundo porque cria mundos...”

 

          A experiência de escrita que vem a minha memória é quando minha professora do antigo “primário”, hoje Ensino Fundamental I, colocava um cavalete com imagens que aguçava minha imaginação e transportava-me para as paisagens ali apresentadas e escrevia como se eu estivesse naquele local. Eu gostava muito porque era uma verdadeira viagem.

 

          Interessante esse regate de memória que cria uma emoção nostálgica, gera sentimentos de saudade e tem cheiro de infância.

Celina Stela Marques