sexta-feira, 14 de junho de 2013

Cantinho da leitura

           O destaque de hoje é para:  Mário Prata

                                   

Mário Alberto Campos de Morais Prata (Uberaba, 11 de fevereiro de 1946) é um escritor, dramaturgo, cronista e jornalista brasileiro.

 Conquistou reconhecimento como romancista, autor de telenovelas e de peças de teatro, sendo seus maiores sucessos a novela Estúpido Cupido (1976), as peças de teatro Fábrica de Chocolate(1979) e Besame Mucho (1982) e os livros Schifaizfavoire (1994), Diário de um Magro (1997), Minhas Mulheres e Meus Homens (1998) e              Purgatório (2007).


 Crônica: "Avestruz", de Mário Prata.


O filho de uma grande amiga, pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer o que? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.

Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam a domicílio.

E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que ser assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quando pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.

Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.

Outro coisa que faltou foram dedos para ao pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!

Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio Camelus Australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.

Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa, não tem, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!

Podem gerar de 10 a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.

Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.

Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.

Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu. Pedi para a minha amiga levar o garoto numa psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

Mário Prata

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM


Governo do Estado de São Paulo 
Secretaria de Estado da Educação
Diretoria de Ensino Região de Americana
Curso de Atualização – Melhor Gestão. Melhor Ensino.

Autores:
Ana Maria Leach Ciol – EE Benedita Aranha de Oliveira
Celina Stela Marques - EE Monsenhor Magi/ CEEJA Profª Alda M.França.
Concetta Maiurro Carrara – EE Heitor Penteado
Marcus Antonio Capóssoli-  EE Heitor Penteado
Maria de Lourdes Ribeiro-   EE Mattos Gobbo
Rita de Cássia Peluzzo Ferreira – EE Profº Silvino José de Oliveira/ CEEJA Profª Alda M. França.

Revisão: Celina Stela Marques

Público - alvo: 6º ano.
Assunto e texto utilizado: “Avestruz”
Autor do texto: Mário Prata
Aulas previstas: 4 a 6 aulas.

Atividade desenvolvida: Construção de uma situação de aprendizagem, com foco em leitura, considerando as habilidades e estratégias.

Objetivo: Esta situação de aprendizagem tem como objetivo propiciar aos alunos situações didáticas que contribuam para o desenvolvimento de sua capacidade de leitura, interpretação e reflexão.
Identificar aspectos e características do gênero em estudo (crônica narrativa).
Perceber que o autor (cronista) expõe seu ponto de vista, seus comentários, suas ironias e interpretações a respeito de fatos do cotidiano.
  
Conteúdos e temas: Estudo do gênero textual crônica; elementos da narrativa, percepção de outras linguagens, interdiscursividade,produção de narrativas (crônica).

 Competências e habilidades:
- Utilizar a tecnologia;
- Levantar hipóteses;
- Inferir o sentido principal do texto e também no sentido   global;
- Reconhecer o gênero do texto em estudo;
- Interpretar o sentido do texto;
- Localizar itens de informações explícitas e implícitas;
- Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que compõem a narrativa.

Desenvolvimento e estratégias:

Ø Sala de informática:

1 – Motivação:

1.1 Ativar conhecimento de mundo:
      Ativando o conhecimento prévio do aluno, com       questões sobre a ave:

- Vocês sabem o que é um avestruz? - Alguém já viu um avestruz? 
- Onde viu pela primeira vez?
- Que impressão ele causou?

1.2  Antecipação de propriedades do texto e percepção de outras linguagens:
- Os alunos verão figuras de avestruzes através do Google
   imagens.

- Assistirão a um vídeo sobre a ave:
  ttp://www.youtube.com/watch?v+=4v2cOlewwJ8 para que coloquem suas impressões sobre a ave.

2 – Checagem de hipóteses: Leitura do texto:
2.1. Leitura silenciosa e individual;
2.2. Socialização: opinião dos alunos sobre o texto;
2.3. O professor retornará ao bate-papo sobre a ave;
2.4. Realização da segunda leitura feita pelo professor.
  
3 – Localizar informação: Vocabulário:
 
Os alunos farão a busca de vocabulário online, familiarizando-se com recurso da internet. Procurarão sinônimos de palavras como: atrofiadas, abominável, cismou, gigolô, psicólogo e outras se for necessário.

4- Perceber relações de interdiscursividade: Pesquisa online:

4.1 Os alunos farão uma pesquisa sobre o nome científico da ave "Sthruthiocamelusaustralis”.
 - Qual a origem do nome?
 - Por que a ave possui este nome?
 - Nomes científicos de outros bichos.

4.2 Como complemento da pesquisa, procurarão saber o que significa a expressão: “Você tem o estômago de avestruz!”.

Ø Sala de aula:

5 – Recuperar contexto e produção de texto: Flash-back
      em sala de aula:

A aula inicia com uma leitura feita pelos alunos, para retomar a história e biografia do autor. 6Definir finalidades e metas de leitura:

Início do estudo de gênero: Crônica. Localizar no texto em estudo:
      - tema do cotidiano;
      - linguagem informal próxima do leitor;
      - toque de humor e ironia;
      - texto curto, poucos personagens e espaço limitado.

7- Atividades de Escrita:
7.1-   O aluno deverá escrever um ou dois parágrafos com o seguinte tema: “Se seu irmão quisesse ter em casa uma cobra, ou qualquer outro animal exótico, como animal de estimação, quais problemas teriam que enfrentar?”.
- Socialização da pequena produção.


7.2 - Produto final:

- Reescrita do texto “Avestruz”, substituindo por outro animal exótico, podendo aproveitar os parágrafos produzidos anteriormente.


- Ilustração do texto original (ou a partir da escrita do aluno).


8- Avaliação:
A avaliação será constituída de observação contínua durante o estudo e produção final que deverá ficar claro ao aluno a presença das características da crônica e a criatividade.
 

Referências Bibliográficas:

Proposta Curricular do Estado de São Paulo, de Língua Portuguesa.

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004.

DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita - Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: ROJO, R. H. R.;
CORDEIRO, G. S. (Orgs./Trads.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004[1996], p. 41-70.

PRATA, Mário. Avestruz
efp-Ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/404291,35B.









 



Um comentário:

  1. Tudo bem Celina?

    Gostaria de excluir meu nome do blog e principalmente meus textos. Qualquer dúvida escreva para meu e-mail anesia.teixeira@hotmail.com

    Abraços

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