terça-feira, 25 de junho de 2013



Ao aplicar a situação de aprendizagem sobre o texto Avestruz,desenvolvida no encontro presencial, para os alunos da 5ª série /6ª ano,percebi o quanto a teoria nos orienta na prática em sala de aula, na medida em que procura, segundo Rojo,levar o educando a preencher as lacunas necessárias para a compreensão de um texto.Segue abaixo, a situação de aprendizagem aplicada.
Texto: “Avestruz” ,Mário Prata.
Tempo previsto: 4 a 5 aulas

Conteúdo e temas: leitura da crônica “Avestruz”, de Mário Prata; levantamento e checagem de hipótese; leitura de texto científico; apresentação do filme “Como treinar o seu dragão”.

Competências e habilidades: Reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores do gênero “crônica” e textos prescritivos, reconhecer diferenças e semelhanças de gêneros diferentes envolvendo um mesmo tema; elaborar.

Estratégias: Aula interativa com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura e de conversa; exibição do filme “Como treinar o seu dragão”, elaboração de uma receita lúdica, enfatizando o uso do verbo no modo imperativo; pesquisa dirigida.

Situação de Aprendizagem

Ø Avestruz
1)   Discussão oral:
Você conhece o comportamento de um avestruz? E suas características físicas?
Levantar hipóteses sobre o título.

2)   Leitura silenciosa. Em seguida, leitura comportamento. Proporcionar ao aluno a oportunidade de construir o significado das palavras desconhecidas, através da formação de duplas reunindo um aluno com aluno com mais dificuldades e outras com menor.

3)   Proporcionar uma pesquisa dirigida na sala ambiente de informática sobre a ave avestruz que contemple suas características físicas e comportamentais. Tal pesquisa é essencial para que o aluno consiga desenvolver suas habilidades de leitura e compreensão, só assim, depreenderá os vários sentidos do humor presentes no humor.

4)   Levantamento das características do gênero crônico, ressaltando-a elementos essenciais da narrativa: enredo, personagem, foco narrativo, tempo e espaço.

5)   Após o trabalho com as características, do gênero crônica, proporcionar ao aluno atividades de caráter interpretativo que contemplem os dados explícitos e implícita dos presentes na crônica.

6)   Retomar as informações obtidas através da pesquisa proposta, na situação de aprendizagem3, para estabelecer comparações com filme “Como treinar seu Dragão”.

7)   Após a exibição do filme, direcionar os alunos para a produção de receita lúdica (retomar as características deste gênero).

8)   Reescrita da receita lúdica a partir da troca textos entre os pares formados na Situação Aprendizagem.

9)   Leitura compartilhada dos textos produzidos, a partir da reescrita proporcionada.

10)    Com a roda de conversa, propor a socialização dos conteúdos contemplados pela Situação de Aprendizagem.

Referências Bibliográficas
Lael /Puc –Sp
Roxane Rojo – “Letramento e capacidades de leitura para a cidadania”.
“Trabalho diversificado” – América A.C. Marinho e Zoraide/Faustioni da Silva.
“Reflexões sobre o trabalho do professor” – Adaptado de original escrito por América Marinho para o Projeto Recuperação Paralela (2008).
A criação do Avestruz – Guia Completo de A a Z. Autor: Carrer, Celso da Costa e outros.
Filme: “Como treinar o seu dragão”, direção do filme, Dean Beblois, Chris Sanders.
Pesquisa do site: WWW.suapesquisa.com/mundodoanimal/avestruz
Professoras responsáveis: Vera, Lice,Vânia, Sarah, Daniela e Lilian

quinta-feira, 20 de junho de 2013



Sequência didática
Texto: No aeroporto
Autor: Carlos Drummond de Andrade
Publico alvo: 6º ano
Antes da leitura:
Apresentar o título aos alunos.
         O que  o titulo do texto sugere?
         Como você imagina que a historia irá se desenvolver?
         Quais poderiam ser os personagens?
         Mostrar imagens das partes de um aeroporto e questioná-los, se há relação com o titulo do texto.
Durante a leitura:
Leitura por parte.
1º e 2º parágrafos
Questionamento:
         Suas hipóteses se confirmaram? Em que momento houve essa confirmação?
         Inferências locais quanto ao vocabulário : fazer  com que o aluno chegue ao significado do vocabulário através do contexto.
         Como você descreveria o amigo Pedro? E qual seria a idade de Pedro?
         Por que será que Pedro não é de falar muito?
         Qual seria o motivo de encarar os vizinhos e desconhecidos , além de não ter dentes?
3º 4º e 5º parágrafos.
         Suas hipóteses se confirmaram?
         O que sugere o narrador ao dizer que Pedro nos deu trabalho?
         Porque o narrador diz andar nas pontas dos pés ou descalços e levar tropeções no escuro?
         O que sugere o narrador ao  dizer que Pedro tinha horários especiais , comidas, roupas e sabonetes especiais?
         Qual seria o motivo de Pedro gostar de óculos alheios, mas não usá-los?
         Inferências locais quanto vocabulário desconhecido.

6º paragrafo.
         Suas hipóteses se confirmaram e em que momento houve essa confirmação?
         O que achou do final do texto?
         O que você acha de ter um amigo bebê? Seria paciente com ele?
         Uma amizade desse tipo é possível ? Por quê?
         O que sugere o narrador ao dizer que o aeroporto de repente ficou vazio?
         Com finalidade o narrador escreveu este texto?
Retomar a leitura novamente sem interrupções e fazer a produção de inferências globais (implícitas como o valor de uma amizade)
Referências Bibliográficas:
Roxane rojo, LAEL/PUC – SP Letramento e Capacidades de Leitura para a Cidadania.
Proposta Curricular do Estado de São Paulo, de Língua Portuguesa.



quarta-feira, 19 de junho de 2013

Cantinho da leitura

O destaque de hoje é para:

Carlos Drummond de Andrade  

 

 

Carlos Drummond de Andrade:
Itabira 31 de outubro de 1902- Rio de Janeiro - 17 de agosto de 1987.
Foi um grande poeta, contista e cronista brasileiro. 

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No Aeroporto
                                     Carlos Drummond de Andrade

Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras, e, a bem dizer, não se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.

Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e oriental, e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação.

Devo dizer que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores.

Recebia tudo com naturalidade, sabendo-se merecedor das distinções, e ninguém se lembraria de achá-lo egoísta ou importuno. Suas horas de sono - e lhe apraz dormir não só à noite como principalmente de dia - eram respeitadas como ritos sagrados, a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo. Acordaria sorrindo, como de costume, e não se zangaria com a gente, porém nós mesmos é que não nos perdoaríamos o corte de seus sonhos.

Assim, por conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvidos se forraram à tortura da tevê. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos tropeções no escuro, mas sendo por amor de Pedro não tinha importância.

Objetos que visse em nossa mão, requisitava-os. Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógios de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e (é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis — porque me esquecia de dizer que tem olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita ou acusação apressada, sobre a razão íntima de seus atos.

Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com ele porque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro que ele não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua azul maneira de olhar-me. Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade — e, até, que a nossa amizade lhe conferia caráter necessário de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.

Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. Reprod. Em: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973. p.1107-1108

 

 

segunda-feira, 17 de junho de 2013



Na Base do Beijo
Quando eu te pegar você vai ver, você vai ver
Ai de ti, ai de ti
Vai se amarrar só vai querer saber de mim
Você vai se dar bem e eu também
Você vai se dar bem e eu também
Comigo é na base do beijo
Comigo é na base do amor
Comigo não tem disse me disse
Não tem chove não molha desse jeito que sou
Comigo é na base do beijo
Comigo é na base do amor
Comigo não tem disse me disse
Não tem chove não molha desse jeito que sou
Quando amo é pra valer
Quando amo é pra valer
Dou carinho, me entrego
Faço o amor acontecer
Quando amo é pra valer
Quando amo é pra valer
Dou carinho, me entrego
Faço o amor acontecer
Vamos namorar, beijar na boca
Vamos namorar, beijar na boca
Vamos namorar, beijar na boca
Vamos namorar, beijar na boca
Quando eu te pegar você vai ver, você vai ver
Ai de ti, ai de ti
Vai se amarrar só vai querer saber de mim
Você vai se dar bem e eu também
Você vai se dar bem e eu também
Comigo é na base do beijo
Comigo é na base do amor
Comigo não tem disse me disse
Não tem chove não molha desse jeito que sou
Comigo é na base do beijo
Comigo é na base do amor
Comigo não tem disse me disse
Não tem chove não molha desse jeito que sou
Quando amo é pra valer
Quando amo é pra valer
Dou carinho, me entrego
Faço o amor acontecer
Quando amo é pra valer
Quando amo é pra valer
Dou carinho, me entrego
Faço o amor acontecer
Vamos namorar, beijar na boca
Vamos namorar, beijar na boca
Vamos namorar, beijar na boca
Vamos namorar, beijar na boca
Comigo é na base do beijo
Comigo é na base do amor
Comigo não tem disse me disse
Não tem chove não molha desse jeito que sou
Comigo é na base do beijo
Comigo é na base do amor
Comigo não tem disse me disse
Não tem chove não molha desse jeito que sou
Comigo é na base do beijo
Comigo é na base do amor
Comigo não tem disse me disse
Não tem chove não molha desse jeito que sou


O primeiro beijo

Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:
- Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.
E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
Ele se tornara homem.


Clarice Lispector




TURMA 4- SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
CARLOS, ELISANDRA, EUNICE, IRANÍ, ROSIMARY.
PÚBLICO-ALVO: 9º ano.
ASSUNTO: Texto Meu primeiro beijo.
AUTOR: Antônio Barreto
AULAS PREVISTAS: 5 a 7 aulas.
O objetivo desta situação de aprendizagem é propiciar aos alunos situações didáticas eu contribuam para o desenvolvimento de sua capacidade interpretativa e de refletir sobre  a vida e o comportamento humano, bem como identificar aspectos e características do gênero em estudo(crônica narrativa) e verificar a linguagem e os recursos utilizados por seus autores. Além de perceber que o autor (cronista) expõe seu ponto de vista, seus comentários, suas ironias e interpretações a respeito de fatos (notícias ou dia a dia pessoal)
Conteúdos e temas: Estudo do gênero textual crônica; elementos  da narrativa; leitura de crônicas diferenciadas, produção de narrativas (crônicas) e estudo dos aspectos linguísticos.
Competências e habilidades: Inferir o sentido principal do texto, no sentido global; reconhecer o gênero do texto em estudo; interpretar o sentido do texto; localizar itens de informações explícitas e implícitas; identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que compõem a narrativa.
Estratégias: aula baseada nos conhecimentos prévios do aluno, com direcionamento do professor; aproximação dos conteúdos com a realidade do aluno.  Comparações entre os diferentes textos em seus diversos gêneros.
Recurso utilizado: Texto Meu primeiro beijo, de Antônio Barreto; outras crônicas diferentes textos em seus diversos gêneros selecionadas pelo professor ( como O primeiro beijo, de Clarice Lispector, músicas e imagens)
Avaliação: Produzir um vídeo sobre o tema trabalhado. ( Power Point / Movie Maker
1º Passo: Roda de conversa: Iniciar com as músicas Beijo, beijinho e beijão, de Larissa Manoel, que é trilha sonora da novela Carrossel e  Aquele  beijo, do Grupo Nosso Sentimento. Após a leitura, perguntar-lhes se já ouviram algumas das duas músicas, se gostaram   e o que acharam dela, o que cada música fala do beijo,  se há comparação nas informações apresentadas nos textos, quais. Comentar também o tipo de gênero que é este texto, e se este tipo de texto pode relacionar se com outros, se conhecem quais?
2º passo: Apresentar o titulo do texto: Meu primeiro beijo, de Antônio Barreto e questionar:
O que o título sugere?
Podemos relacionar este título com as letras das músicas apresentadas? Por quê?
Como vocês imaginam que será a história? E que gênero será?
Que idade é normal que ocorra o primeiro beijo? Já aconteceu com você?
3º PASSO: Fazer inferências sobre o autor – pesquisa dirigida na sala de informática.
4º PASSO: Explicar a estrutura do gênero.
No 5º passo , Inferências locais : o estudo de vocábulos ou uma estrutura desconhecidas, inserir o sentido pelo contexto do texto e ou pelo significado anteriormente já construído, sem usar o dicionário, para que os alunos possam usar as estratégias inferenciais.  No caso de jargões ou expressões científicas, orientar o aluno que estas palavras também podem aparecer em textos como estes, e que procurem o professor de Ciências para que possa explicar e orientá-los melhor ao termo citado no texto ( para isso, o professor , deve antes conversar com o colega e por a par do assunto, como fornecer lhe uma cópia do texto, para que possa lê-lo e estuda-lo também ); como questionar o aluno se o beijo pode transmitir doenças , e que eles peçam orientação com o professor de Ciências.
Inferências implícitas: desenvolver a habilidade de pressuposição para que possa  compreender que uma informação pode ser deduzida através de uma outra, mas que não foi dita no texto, ou seja, que ela está subentendida.
6º PASSO: Explorar o sentido do texto: denotação e conotação.
7º PASSO: Explanação sobre as figuras de linguagem e sua função dentro da construção textual.
8º PASSO: Reconhecer as figuras de linguagem.
9º passo: Intertextualidade: ( O texto O primeiro beijo, de Clarice Lispector, música Na base do beijo, de Ivete Sangalo e imagens) comparações entre os diferentes textos, em seus diversos gêneros (   Dolz e Bernard Schneuwly “A diversificação dos gêneros trabalhados, oferece a possibilidade de definir especificidades de funcionamentos dos diferentes gêneros e tipos, para um trabalho de comparação por confronto com o mesmo e o diferente”)
10º PASSO: Produto final – produzir um vídeo sobre o tema trabalhado (Power point, movie maker).
OBSERVAÇÃO: Este texto pode ser trabalhado também com 8º ano, junto com o professor de Ciências,tamém, em que este trabalhará as partes do corpo, sexualidade (beijo), já que esta matéria faz parte do currículo da série citada.
Bibliografia
Roxane Rojo, LAEL/PUC-SP Letramento e Capacidade de Leitura para a cidadania.
Proposta Curricular do Estado de São Paulo, de Língua Portuguesa.
Joaquim Dolz & Bernard Schneuwly : Gêneros e Progressão Em Expressão Oral e Escrita – Elementos para reflexão sobre uma experiência Suíça ( Francófona)


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Cantinho da leitura

           O destaque de hoje é para:  Mário Prata

                                   

Mário Alberto Campos de Morais Prata (Uberaba, 11 de fevereiro de 1946) é um escritor, dramaturgo, cronista e jornalista brasileiro.

 Conquistou reconhecimento como romancista, autor de telenovelas e de peças de teatro, sendo seus maiores sucessos a novela Estúpido Cupido (1976), as peças de teatro Fábrica de Chocolate(1979) e Besame Mucho (1982) e os livros Schifaizfavoire (1994), Diário de um Magro (1997), Minhas Mulheres e Meus Homens (1998) e              Purgatório (2007).


 Crônica: "Avestruz", de Mário Prata.


O filho de uma grande amiga, pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer o que? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.

Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam a domicílio.

E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que ser assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quando pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.

Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.

Outro coisa que faltou foram dedos para ao pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!

Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio Camelus Australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.

Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa, não tem, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!

Podem gerar de 10 a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.

Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.

Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.

Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu. Pedi para a minha amiga levar o garoto numa psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

Mário Prata

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM


Governo do Estado de São Paulo 
Secretaria de Estado da Educação
Diretoria de Ensino Região de Americana
Curso de Atualização – Melhor Gestão. Melhor Ensino.

Autores:
Ana Maria Leach Ciol – EE Benedita Aranha de Oliveira
Celina Stela Marques - EE Monsenhor Magi/ CEEJA Profª Alda M.França.
Concetta Maiurro Carrara – EE Heitor Penteado
Marcus Antonio Capóssoli-  EE Heitor Penteado
Maria de Lourdes Ribeiro-   EE Mattos Gobbo
Rita de Cássia Peluzzo Ferreira – EE Profº Silvino José de Oliveira/ CEEJA Profª Alda M. França.

Revisão: Celina Stela Marques

Público - alvo: 6º ano.
Assunto e texto utilizado: “Avestruz”
Autor do texto: Mário Prata
Aulas previstas: 4 a 6 aulas.

Atividade desenvolvida: Construção de uma situação de aprendizagem, com foco em leitura, considerando as habilidades e estratégias.

Objetivo: Esta situação de aprendizagem tem como objetivo propiciar aos alunos situações didáticas que contribuam para o desenvolvimento de sua capacidade de leitura, interpretação e reflexão.
Identificar aspectos e características do gênero em estudo (crônica narrativa).
Perceber que o autor (cronista) expõe seu ponto de vista, seus comentários, suas ironias e interpretações a respeito de fatos do cotidiano.
  
Conteúdos e temas: Estudo do gênero textual crônica; elementos da narrativa, percepção de outras linguagens, interdiscursividade,produção de narrativas (crônica).

 Competências e habilidades:
- Utilizar a tecnologia;
- Levantar hipóteses;
- Inferir o sentido principal do texto e também no sentido   global;
- Reconhecer o gênero do texto em estudo;
- Interpretar o sentido do texto;
- Localizar itens de informações explícitas e implícitas;
- Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que compõem a narrativa.

Desenvolvimento e estratégias:

Ø Sala de informática:

1 – Motivação:

1.1 Ativar conhecimento de mundo:
      Ativando o conhecimento prévio do aluno, com       questões sobre a ave:

- Vocês sabem o que é um avestruz? - Alguém já viu um avestruz? 
- Onde viu pela primeira vez?
- Que impressão ele causou?

1.2  Antecipação de propriedades do texto e percepção de outras linguagens:
- Os alunos verão figuras de avestruzes através do Google
   imagens.

- Assistirão a um vídeo sobre a ave:
  ttp://www.youtube.com/watch?v+=4v2cOlewwJ8 para que coloquem suas impressões sobre a ave.

2 – Checagem de hipóteses: Leitura do texto:
2.1. Leitura silenciosa e individual;
2.2. Socialização: opinião dos alunos sobre o texto;
2.3. O professor retornará ao bate-papo sobre a ave;
2.4. Realização da segunda leitura feita pelo professor.
  
3 – Localizar informação: Vocabulário:
 
Os alunos farão a busca de vocabulário online, familiarizando-se com recurso da internet. Procurarão sinônimos de palavras como: atrofiadas, abominável, cismou, gigolô, psicólogo e outras se for necessário.

4- Perceber relações de interdiscursividade: Pesquisa online:

4.1 Os alunos farão uma pesquisa sobre o nome científico da ave "Sthruthiocamelusaustralis”.
 - Qual a origem do nome?
 - Por que a ave possui este nome?
 - Nomes científicos de outros bichos.

4.2 Como complemento da pesquisa, procurarão saber o que significa a expressão: “Você tem o estômago de avestruz!”.

Ø Sala de aula:

5 – Recuperar contexto e produção de texto: Flash-back
      em sala de aula:

A aula inicia com uma leitura feita pelos alunos, para retomar a história e biografia do autor. 6Definir finalidades e metas de leitura:

Início do estudo de gênero: Crônica. Localizar no texto em estudo:
      - tema do cotidiano;
      - linguagem informal próxima do leitor;
      - toque de humor e ironia;
      - texto curto, poucos personagens e espaço limitado.

7- Atividades de Escrita:
7.1-   O aluno deverá escrever um ou dois parágrafos com o seguinte tema: “Se seu irmão quisesse ter em casa uma cobra, ou qualquer outro animal exótico, como animal de estimação, quais problemas teriam que enfrentar?”.
- Socialização da pequena produção.


7.2 - Produto final:

- Reescrita do texto “Avestruz”, substituindo por outro animal exótico, podendo aproveitar os parágrafos produzidos anteriormente.


- Ilustração do texto original (ou a partir da escrita do aluno).


8- Avaliação:
A avaliação será constituída de observação contínua durante o estudo e produção final que deverá ficar claro ao aluno a presença das características da crônica e a criatividade.
 

Referências Bibliográficas:

Proposta Curricular do Estado de São Paulo, de Língua Portuguesa.

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004.

DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita - Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: ROJO, R. H. R.;
CORDEIRO, G. S. (Orgs./Trads.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004[1996], p. 41-70.

PRATA, Mário. Avestruz
efp-Ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/404291,35B.